domingo, 27 de dezembro de 2009

Gaiolas e Protocolos

Enviado por Ana Neves (SP) São Paulo, terça-feira, 22 de dezembro de 2009 POR RUBEM ALVES Gaiola não gosta de passarinho solto batendo asas A apresentação do coral estava marcada. Mas, por razões de ordem superior, o projeto foi interrompido HÁ PROFISSÕES que podem ser aprendidas na escola, de fora para dentro. E há profissões que já nascem com a gente e não tem jeito de ensinar; só é possível despertar. Isso vale para professores e educadores -e até criei duas metáforas: os eucaliptos, que se produzem em série, todos iguais, fazendo ordem unida como soldados, e os jequitibás, árvores selvagens e solitárias que nascem no meio da floresta sem que ninguém as ensine a serem árvores... Dentre os muitos jequitibás que conheci, está uma mulher. E fiquei conhecendo sua alma de educadora de um jeito curioso. Nova numa cidade, ela precisava escolher uma escola para os seus filhos. Foi então visitando as escolas, umas após as outras, e era sempre a mesma coisa. As diretoras e diretores pensavam que ela estava em busca de uma escola que prometesse aprovação no vestibular com apertos, sofrimentos e 100% do uso do tempo. Mas ela estava em busca de uma escola em que os seus filhos descobrissem o fascínio e a alegria de aprender. Ela encontrou a escola que procurava, os filhos cresceram, se formaram, tornaram-se profissionais e bateram suas asas. Seus filhos se foram, mas uma coisa não foi. Ficou. Ela, jequitibá. Eucalipto, chega um tempo, é aposentado, cortado, transformado em dinheiro. Mas os jequitibás não se aposentam. Até morrer de velhice, eles querem oferecer sombra para crianças e professores. Aconteceu, então, que muitos jequitibás se encontraram e resolveram se transformar numa floresta com o propósito de ajudar escolas que precisassem. Foi numa escola pobre lá na zona leste, na Vila Matilde. Foi assim que me contaram. "Fomos lá a pedido da antiga diretora -ela tinha um jeito de jequitibá!- , impotente diante da enormidade dos problemas a serem resolvidos. O que vimos, ao entrar, foi uma escola simples, como qualquer escola pobre de periferia. Mas a maneira como fomos acolhidas fez toda a diferença. Sentimos que havia verdade e esperança no ar." Aquela era a escola que tanto buscamos encontrar para implantar o projeto a que demos o nome pomposo de "Saúde Mental de Mãos Dadas com a Escola"! Demo-nos conta de que a necessidade mais importante e urgente era canalizar toda aquela pulsão de vida e trazer o olhar de professoras, crianças e funcionários para o prazer. A alegria faz bem à inteligência. E as crianças e os adolescentes precisam de pouca coisa para se sentirem felizes. Surgiu então a ideia de um coral! Quando falamos nisso, foi aquela explosão de risos. Um aluno, da turma dos "difíceis", mencionou o orgulho de seus pais vendo-o cantar num coral! Mas queríamos coisa que valesse a pena, não um corinho qualquer. Lembramos da Osesp e o fantástico maestro Abel Rocha foi contatado. Ele foi nos encontrar e quanta paciência ele teve em nos escutar e conhecer o que pretendíamos. E o nosso projeto também o conquistou. Arranjou-nos dois regentes, jovens, competentes, seus assistentes, e demos início ao nosso tão esperado e festejado coral. A apresentação estava marcada para o meio de dezembro. Mas, por razões de ordem superior, parece que de ordem burocrática e administrativa, o projeto foi interrompido. Uma ventania soprou pra longe o jequitibá e, com ele, foi-se o coral... Parece que existe sempre um conflito entre as regras da burocracia e as florações da vida. Gaiola não gosta de passarinho solto batendo asas...Foi isso que Kurosawa fez representar no seu comovente e profundo filme "Viver". Mas é certo que os passarinhos engaiolados jamais se esquecerão da beleza que é cantar em liberdade... RUBEM ALVES

sábado, 26 de dezembro de 2009

Escolha é sempre um responsabilizar-se

Final de ano, momento de rever nossas escolhas e nos lembrarmos: Cada escolha requer que: Seja Responsável poe ela!!!! “...Depende de mim! De você! Pode ser. E que seja!!! Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensar tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!” (Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Instituições Educacionais em Ebulição X Educadores em Vaporização

"O mundo "sofre" grandes e profundas transformações “... " É preciso acompanhar o mercado ou você irá evaporar " "O conhecimento está obsoleto"... Final de ano, momento de balanço "Reformulação” Instituições Educacionais em Ebulição e educadores evaporando... A educação nos convoca fazer uma revisão de valores e convicções educacionais. Educar quem e para que? Há uma crise instalada nas Instituições , irei me ater no campo educacional, já que, educadores estão evaporando diante de uma ebulição de novas “velhas” Instituições educacionais. Final de ano, época de balanço momento de rever valores, (re) significar crenças e fazer escolhas ou quem sabe ser escolhido. Mais uma vez me pego escrevendo em forma de desabafo, como muito me ensina a Psicanálise (“fale, escreva tudo que lhe vem a mente...”) um método de tentar entender o não entendido, dizer o indizível, final de ano, sensibilidade, solidariedade época do ano de rever a balança e observar que lado pesa mais, ganhos X perdas. Momento de “evaporação” O conhecido dia “D” nas Instituições Educacionais (quem é educador sabe do que estou falando); famoso dia das demissões , momento de trocas, substituições e exclusões. Dia de “D” Deletar, eliminar aquele que incomoda , não nos serve ou quem sabe; SERVE até de mais que precisa ser eliminado rápido , antes de torna-se uma ameaça para a "nova velha instituição educacional em ebulição". Nos últimos dias, escutei de três amigos, educadores apaixonadas e extremamente envolvidos e comprometidos com nossa educação : - "Fomos demitidos; não servimos mais...” "Estamos vencidos”... De formas tão diferentes as falas tornaram-se tão semelhantes, meus colegas de educação ouviram um ruído sem querer escutar: - “ Precisamos de sangue novo neste momento da Instituição". Um olhar quase sem brilho e logo o ruído aumentou: - “Queremos agradecer seu excelente trabalho até aqui... mas agora o momento é de “sangue novo”! (normal na pós modernidade, o que não me serve basta descartar). Fico aqui pensando: - Será uma nova Instituição surgindo ? ( Uma ebulição educacional onde haverá Transfusões sanguíneas com apenas alguns tipos de “novo sangue” a ser aceito? ! seria uma nova forma de "reciclar" educadores e alunos? (O verdadeiro educador não perde o senso de humor ,e não perderei aqui neste ensaio sanguíneo!). Final de ano, momento de verificar a data de fabricação, (38, 42, 43,... 50...) o tempo de validade (está vencendo), é preciso de novas reposições, diante do inusitado nada como uma substituição silenciosa, (re) tira-se o “ velho” e coloca um “novo”... sangue. Como disse uma das “ Gestoras Educacionais” que é nomeada não sei por quem como “ Líder” (destas famosas que colecionam títulos e discursos vazio de sentido) mas que cumprem seus afazeres (de) magógicos com eficiência e prontidão, e o melhor, sem questionar. Pretendo aqui, provocar uma reflexão a cerca das Instituições Educacionais em Ebulição X Educadores em (E)Vaporização. Como fica a Educação diante dos meios de comunicação, onde tudo parece ser o que é. Substituir o vencido pelo novo. Como injetar “sangue novo” em uma “Instituição educacional velha”? Compessoas “novas-velhas”. “Novos” educadores de idade trarão novas respostas para aquilo que não há uma única resposta? Onde nos perdemos? Há um vapor de expectativas e perplexidade diante de tantas contradições como: Preparar o aluno para a vida, para diversidade, para o futuro, para o mercado de trabalho, sendo que este último é habitado pelos seus colegas (hoje) de sala, e (amanhã) seus concorrentes diretos no tal mercado de trabalho. -“Hoje ele pode ser seu amigo aqui dentro da sala, amanhã ele te derruba no mercado de trabalho, fique esperto e atento... (Fala de um Professor do 3º ano do Ensino Médio). Não estariam as Instituições educacionais provocando uma desumanização entre alunos, educadores, colegas de trabalho? Nem tudo pode ser explicado, no máximo, administrado e questionado. Na educação não há certezas apenas hipóteses e incertezas que devem ser pesquisadas e debatidas, jamais eliminadas por estar “vencidas”. Quando falamos em Educação, de qual educação estamos falando? Ela forma e informa? Ela está a serviço de quem e para quem? Que critérios “Instituições Educacionais em Ebulição” estão usando para substituir sangue velho por sangue novo? Educar para o Futuro? É este o objetivo, substituir pessoas maduras por pessoas novas... Que simplicidade! De que tempo educacional estamos falando? (hoje, ontem, amanhã), que vem se apresentando como um tempo da urgência: Humanizar nossas Instituições em tempos de ebulição, resgatar valores básicos como; simplicidade; responsabilidade; comprometimento; conscientização que vem em forma de um grande tema gerador: “Uma educação sustentável para a sobrevivência de si, do outro, do planeta” Seria a Educação Sustentável uma educação da Urgência? A Urgência Educacional que por sinal será contemplada no tema da Campanha da Fraternidade de 2010 “Fraternidade e Economia” onde o texto base da campanha defende que a economia existe para a PESSOA e para um BEM COMUM da SOCIEDADE e não a pessoa para a Economia... eu diria para atender simplesmente ao MERCADO. Quem está a serviço de quem? O que estamos ensinando as nossas crianças e jovens quando substituímos “ sangue velho por sangue novo”? Quem é a geração do futuro? Na minha opinião, a pior educação é esta que vem em EBULIÇÃO trajando uma eficiência utilitária com discursos e fórmulas mágicas como SANGUE NOVO para “salvar” crianças e jovens marcados por transfusões e genéricos ao longo de um processo educacional que vem comprovando “mortes” lentas e sofridas . Final de ano... época de balanço, momento de escolha e substituições. Queridas Amigos, vocês foram presenteados... Acreditem, há muitas Instituições Educacionais em temperatura ambiente em tempo real ( Hoje) fazendo a diferença passo a passo...na certeza de ser raiz. Na ruptura da veia educacional surge novas possibilidades! Basta estar de olhos abertos e perceber que o momento é agora, onde ainda pulsa sangue de verdadeiros educadores que pensam e agem por uma causa: A nossa Educação Com carinho e admiração, na certeza de compartilharmos este caminho. Da amiga e companheira de EDUCAÇÃO Jane Patrícia Haddad ( Paty) Belo Horizonte, 17 de Dezembro de 2009

domingo, 13 de dezembro de 2009

TECER A VIDA: Época de Balanço

TECER A VIDA: Época de Balanço

Época de Balanço

( Fotos tirada por mim: fotos:1.Londres 2. Belém do Pará ) 2010 Chegando, momento de fazermos aquele famoso Balanço de final de ano O que valeu a pena continuamos preservando em nossas vidas Quem interessa,continua... Que não interessa mais..."DELETAMOS"com o devido cuidado com nosso juízo de escolha, lembrando que errar é humano, mas também persistir no que não queremos enxergar é "escolher sofrer". O que nos interessa, tentaremos agregar para o Próximo ano. Com certeza algumas pessoas, acontecimentos e escolhas já farão parte do meu, do seu, do nosso passado e com certeza não farão parte do meu futuro. A vida é feita de Escolhas e Decisões que tomamos diante dela. Como diz o poeta Fernando Pessos: Felicidade é um ato de Valentia e eu ouso completar; muitas vezes deparo com pessoas que ainda mesmo que "inconsciente" optam em viver no sofrimento e no lugar da eterna Vítima do Mundo. Final de ano, uma possibilidade de rever, rebubinar a fita da nossa vida e recortar os pedaços que podem ser emendados e outros que simplesmente DELETAMOS! Final de Ano... Momento de Balanço... Agradeço por tudo que vivi e senti; Acolhos as coisas boas e tentarei aprender com o que não me fez bem. No balanço ( quase final)... Continuo caminhando,fazendo projetos e deixar minha marca no Mundo! Feliz Natal e obrigada a cada um que por algum motivo passou a fazer parte da minha história. Hoje, olho para trás e me sinto pronta a dar o próximo passo em direção ao amanhã. Jane Patricia Haddad, Belo Horizonte, 13 de dezembro de 2009